II Jornada Científica do Projovem conclui primeira Especialização em Educação do Campo
26/04/2013
As vantagens da agricultura orgânica, a importância e a participação da mulher na agricultura familiar e o acesso ao mercado institucional das quebradeiras de coco babaçu do território dos cocais em Esperantina foram alguns dos temas abordados durante a II Jornada Científica do Programa Projovem Campo - Saberes da Terra.
O evento marcou o resultado da primeira Especialização em Educação do Campo, promovida pela Secretaria de Estado da Educação e Cultura (Seduc) tendo início na última quinta-feira (25) e termino nesta sexta-feira (26), no Centro de Referência em Formação dos Profissionais da Educação - Antonino Freire.
Manuel Messias Lima, do município de Parnaíba, destaca que a agricultura orgânica além de manter as condições ambientais, inclui a possibilidade de cultivo em pequenas áreas, agregando valor à agricultura familiar e a garantia da saúde para o consumidor e ainda a certeza que se estar consumindo um produto 100% natural.
"Nosso trabalho partiu do principio de que cerca de 90% do que consumimos está imerso de produtos químicos que nem sabemos sequer a origem. A agricultura orgânica representa uma produção de alimentos limpos, livre de agroquímicos e de defensivos biológicos e químicos", explica Manuel Messias.
Já o trabalho realizado a partir de um estudo de caso em Esperantina tratou da Associação das Quebradeiras de Coco Babaçu do território dos cocais. "Nossa pesquisa mostra que o acesso às políticas públicas para essas mulheres chegam com muita dificuldade, mas que elas se identificam muito com a questão cultural e de identidade desse trabalho", explica Aline Alencar. Ela afirma ainda que atualmente com o acesso ao mercado institucional e a comercialização dos produtos para merenda escolar nos municípios tem crescido e gerado uma renda importante, o que causa uma mudança de vida.
No encontro também esteve em pauta a importância e a participação da mulher na agricultura familiar. "A mulher apesar de participar ativamente no processo produtivo na agricultura familiar possui uma tomada de decisão limitada e ainda é muito subordinada ao homem, mas ela possui uma participação que é de fundamental importância nesse processo", analisa Ana Maria Cardoso de Miranda, de Caraúbas do Piauí.
Para Girlene Carvalho, que teve como tema de estudo o Programa Projovem Campo - Saberes da Terra em Belém do Piauí, a pesquisa concluiu que a educação do campo deveria ter início desde o ensino infantil. "Hoje o programa só é trabalhado entre pessoas de 18 a 30 anos, mostrando a valorização do conhecimento do campo, mas deveria ser uma disciplina curricular desde cedo e não apenas um programa separado", concluiu.