O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) passou por
significativas mudanças desde 1998, sendo hoje a principal avaliação de acesso
ao ensino superior. O que é preciso mudar no exame para que ele seja mais
aderente à Base Nacional Comum Curricular e ao Novo Ensino Médio. Com esse
questionamento, especialistas da educação de todo o país participaram, na tarde
desta quarta-feira (23), do segundo evento da série de encontros sobre o
Presente e futuro das avaliações Educacionais no Brasil, o Webinário "Caminhos
para o Enem".
O evento faz parte do ciclo de webinários Educação para
Juventudes, que ocorre semanalmente no canal do Instituto Unibanco, reunindo
especialistas para discutir o uso e o futuro das avaliações, além de questões
relacionadas ao Enem e ao Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb).
O secretário de Estado da Educação do Piauí, Ellen Gera,
foi um dos convidados ao debate, junto com especialistas em educação, como
Maria Inês Fini, da Associação Nacional de Educação Básica Híbrida (ANEBHI);
Reynaldo Fernandes, da Universidade de São Paulo (USP); e um Amábile Pacios, do
Conselho Nacional de Educação (CNE). A mediação ficou por conta de Ricardo
Henriques, do Instituto Unibanco.
O secretário piauiense fez um retrospecto da mudança do
ingresso ao ensino superior com as experiências de vestibulares segmentados até
chegar no Enem.
"O Enem é uma política que precisamos defender,
principalmente neste momento que o exame começa a ser atacado por lideranças
políticas e até mesmo por pessoas da educação. Atacar políticas de sucesso é
uma maneira de desconstruí-las", disse Ellen.
O secretário prosseguiu explicando que o exame continua
sendo a principal porta de ingresso ao Ensino Superior, o que mantém seu
caráter democrático de acesso às universidades.
"É necessário reconhecer que o Enem precisa de um momento
de transição, que deve ser vista pela ótica da Base Nacional Comum Curricular
(BNCC) e do Novo Ensino Médio. Os estudantes egressos não estão conectados com
a BNCC, por isso o Enem tradicional precisa ser mantido e a aplicação digital
do exame pode ser uma saída para atender a esse público. Nessa política de
transição não podemos desconsiderar esse público que hoje é de 65% dos que
fazem a prova", completou Ellen Gera.
O Piauí faz um trabalho forte de engajamento dos
estudantes ao Enem, com a menor taxa de abstenção nos últimos anos, com
estudantes do estado por universidades de todo o país.
Em quatro encontros semanais, os eventos serão
transmitidos ao vivo, às quartas-feiras, com interpretação em libras, a partir
das 16h, no canal do Instituto Unibanco no YouTube.