Governos municipais e estadual têm empreendido
esforços para planejar e efetivar a continuidade das aulas durante a emergência
de Covid-19 de diversas formas, seja utilizando as tecnologias da informação ou
imprimindo material para entrega a estudantes, dentre outras estratégias. No
Piauí, a Secretaria de Estado da Educação (Seduc) buscou parcerias e implantou
o sistema de Busca Ativa, que visa garantir o direito à Educação de cada
cidadão em situação de calamidade pública e emergência, chegando de forma direta
no aluno e sabendo qual sua dificuldade.
Hoje foi dia de busca ativa na cidade de Santa Cruz do
Piauí. A equipe do Centro Estadual de Educação em Tempo Integral (CETI) Maria
Eulálio, com apoio da 9ª Gerência Regional de Educação (GRE), uniu forças em um
momento delicado para a Educação, uma ação classificada pela diretora Valdeir
Pacheco como muito proveitosa.
"Nossa busca ativa acontece pelo acompanhamento da
frequência escolar, bem como nas devoluções, feedbacks, participação nas
atividades, participação no Canal Educação, enfim, um trabalho coletivo. Hoje
fizemos visitas domiciliares, isso porque pelo telefone já não estava
resolvendo e a própria família precisa participar desse processo. É um trabalho
árduo, mas gratificante, pois temos retorno. A aplicação das avaliações
diagnósticas também foi um recurso para identificar quem estava na plataforma
Mobi.familia e quem pegou as avaliações impressas", relata a diretora.
O CETI tem cerca de 300 alunos e oferta Ensino
Fundamental II (7°, 8° e 9° ano) e Ensino Médio (1ª, 2ª, 3ª série).
Além de manter os vínculos afetivos e o contato
próximo com os alunos, desafio encarado pelos educadores, o plano estratégico
de ações tem a missão de localizar os estudantes que não aderiram ao ensino
remoto, identificar as dificuldades no acesso às plataformas disponibilizadas
pelas escolas e sanar os problemas por meio digital ou com a entrega de
atividades impressas produzidas pelos professores nas aulas.
Uma das estratégias de Busca Ativa que mobiliza não
apenas educadores, é manter o contato com as famílias. As unidades escolares
utilizam os meios digitais com o envio de mensagens por canais de diálogo como
WhatsApp, ligação, visitas e até mesmo o contato realizado pelos próprios
alunos, como explica a diretora da Unidade de Ensino e Aprendizagem (Unea) da
Seduc, Maria José Mendes Neta.
"A Seduc elaborou um plano estratégico para
resgatar os estudantes para as atividades pedagógicas das escolas. As
orientações foram enviadas aos gestores regionais, diretores, coordenadores e
professores, que têm feito um trabalho incessante na busca dos alunos para que
não encerrem o vínculo e ampliem o engajamento aos estudos diante do contexto
de pandemia", afirma a diretora da Unea.
As ações ocorrem durante todo o período letivo com a
busca, monitoramento da participação dos alunos na realização das atividades
remotas e apoiando a efetivação da aprendizagem nas modalidades do Ensino
Fundamental, Ensino Médio, Educação Profissional e a Educação de Jovens e
Adultos (EJA).
O Secretário de Estado da Educação, Ellen Gera, afirma
que as escolas do Piauí já estão neste trabalho de mobilização de manter o
vínculo com estudante, evitando um abandono em massa, desde 2020.
"Precisamos de um engajamento da rede para evitar
essa possível evasão provocada pela pandemia. É importante o desenrolar de uma
estratégia de busca ativa dos nossos alunos que não tiveram acesso ao sistema
de aulas remotas e não conseguiram dar uma devolutiva satisfatória. Estamos
fazendo isso em parceria com outros órgãos e estados, buscando experiências
para que possamos chegar aos nossos jovens com as aulas remotas, e a parceria
da escola com o professor e a família é muito importante. A educação não pode
parar e vamos firme nessa nobre missão para que ninguém fique para trás",
enfatiza o secretário.