Bons exemplos da dedicação de alunos e profissionais da
educação piauiense, que superam adversidades na busca de mais conhecimento e
qualificação, surgem de todas as regiões do Estado. Hoje falaremos sobre a
Unidade Escolar Cipriano Vieira de Sá, localizada em Pajeú do Piauí, pequena
cidade distante 421 km de Teresina. Mesmo em um contexto tão adverso provocado
pela pandemia de Covid-19, a escola trabalhou com os regimes remoto e híbrido
em 2020 e viu a procura por matrícula aumentar em 2021.
A escola tem realizado um trabalho intenso de troca de
conhecimento com seus colaboradores. São ofertadas formações via Canal
Educação, capacitações on-line ministradas pela coordenação e gestão escolar. É
nesse momento que são elaborados os materiais impressos.
Com a oferta dos chips de internet aos alunos pela Seduc
e Governo do Estado, a escola, junto com a coordenação escolar, criou uma
plataforma virtual, o Cipriano Conectado, onde são inseridas atividades, videoaulas,
assim como avaliação ao término das atividades. Já para os estudantes que moram
em localidades distantes, é realizada a entrega do material pedagógico
impresso, não deixando nenhum aluno sem o acesso às aulas.
Alexandre Panta, coordenador pedagógico da instituição
de ensino, afirma que desde o início das aulas remotas a equipe escolar tem se
sentido desafiada a desenvolver essa forma de ensino e buscou se adequar.
"Dentre as ações que desenvolvemos e que contribuíram
para que tivéssemos o máximo de aproveitamento, estão a entrega de cadernos
pedagógicos impressos, atendimento via WhatsApp, ligações telefônicas, criação
de plataformas próprias e pelo Classroom, busca ativa dos alunos que se
afastam. Todas essas atividades feitas de forma coletiva, que é a nossa marca.
Todos abraçaram a causa: gestores, docentes, servidores administrativos e de
apoio e as próprias famílias e alunos que, em momentos necessários, se fizeram
presentes na escola", conclui o coordenador.
As ações pedagógicas oferecidas pela 12ª Gerência
Regional de Educação e a Secretaria de Estado da Educação (Seduc), como as
formações, contribuem para o saber pedagógico e norteiam os profissionais da
educação.
Elizete Martins de Miranda Cabedo, gestora da U. E. Cipriano Vieira, revela que o maior desafio foi inovar nesse momento. "Contamos com o compromisso e dedicação dos professores, coordenação pedagógica e servidores para ações como planejamento para preparar o material impresso; entrega de material impresso aos alunos zona Urbana e Rural; busca ativa de alunos e incentivo ao uso das tecnologias; entrega dos kits alimentares diminuindo a evasão escolar. Já com relação à entrega de chips de internet, acreditamos que é uma ferramenta importante para melhorar o processo de Ensino Aprendizagem. Tudo isso elevou nossa matrícula em 2021, pois contávamos com 206 alunos ano passado e com 229 hoje", completa.
A Escola funciona nos turnos matutino, vespertino e
noturno. Conta com as modalidades Ensino Médio Regular e EJA, cursos concomitantes
de Secretariado e Cooperativismo.
A aluna Mayza Keury, do 1° ano do Ensino Médio, conta
que a única dificuldade com as aulas remotas ainda é chegar ao nível de
aprendizado que conseguia nas aulas presenciais.
"Se os alunos se esforçarem, sim, as aulas remotas irão
melhorar o desenvolvimento. Achei bem legal a ideia do chip, estou gostando e
estão todos de parabéns. Vamos torcer para que essa pandemia acabe logo para
poder voltar às aulas presenciais, porque acho que a maioria dos alunos e
professores prefere assim. E aqui deixo um recado a todos: Gente, estude! Seu
futuro depende disso. Você consegue!", relata Mayza.
Já o estudante Geovane Martins da Silva, do 3° ano do
Ensino Médio, residente na localidade Lagoa do Mato, zona rural de Pajeú do
Piauí, diz não estar tendo dificuldades no ensino remoto e que muitas vezes se
esforça mais. "A escola tem sido excepcional e com certeza tem ajudado
bastante. Com o chip fica ainda melhor. No geral todos têm que cuidar para ter
educação de qualidade", afirma.
A escola tem conseguido bons resultados educacionais,
como a aprovação de cerca de 40% de seus estudantes em vestibulares pelo país e
desempenho satisfatório em olimpíadas do conhecimento.
A professora Eveline Rodrigues relata que o ano de 2021
está sendo de muita aprendizagem e superação. Para isso, a escola está ao lado
do professor tendo muita escuta e produzindo atividades para estimular o
conhecimento, criar competências emocionais, sociais para tempos de mudanças.
"Como não há ser humano que domine o futuro, devemos ter
atitudes que nos preparem para o amanhã que será construído por todos nós. Para
podermos pensar o momento seguinte, a escola junto com seu corpo docente, tem
criado estratégias para que cada aluno possa da melhor maneira possível,
auxiliado por seus responsáveis, acessar as diferentes áreas de conhecimento. A
solidariedade é essencial para a sobrevivência da sociedade e de como ela
estrutura diferentes espaços de construção de conhecimento. Para a escola não é
diferente, ela está tendo que dar respostas novas para um período de medo,
porém o medo é bom, pois nós sabemos que será difícil, e por isso mesmo teremos
que nos esforçar, agir, apesar do medo, e sermos otimistas", finaliza a professora
de Geografia e História da escola.