Aluno do segundo ano do ensino médio do Centro de Ensino de
Tempo Integral (CETI) Didácio Silva, Pedro Henrique Dias da Silva está na final
da Feira Brasileira de Ciências e Engenharia (FEBRACE), com o artigo
"Metodologias Ativas como ferramentas de inclusão ao aluno com TEA, nas aulas de
matemática durante a Pandemia do Covid19. Gameficação: "Peter
Galactic no Mundo da Matemática".
Um dos objetivos da feira é estimular novas vocações em
Ciências e Engenharia através do desenvolvimento de projetos criativos e
inovadores.
Filho de mãe vendedora e pai motorista, Pedro é um aluno que
possui o Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) e, por conta disso, tem um
déficit na comunicação social, não fala muito e, segundo a diretora da escola,
Tetê Castro, ele tem dificuldade de socialização. "Apesar desse déficit, Pedro
gosta e entende muito de tecnologia, e a robótica é justamente para trabalhar a
socialização, pois os projetos realizados aqui na escola foram feitos em grupo,
e assim exigiu dele um pouco mais de atenção", disse a diretora.
Seu trabalho foi orientado pela professora Sidiane Alves
Cardoso e coorientado pelo professor Jackson Macêdo dos Santos, com a ideia de
assimilar os conceitos de geometria e suas propriedades por meio da
Gameficação, como ferramenta de ensino aprendizagem a partir de
situações-problemas propostas pelo professor, que foi o responsável pela
construção de conhecimentos matemáticos, na modalidade ensino remoto, durante a
pandemia do Covid-19.
Para a professora Sidiane, utilizar as Tecnologias
Educacionais nas aulas de Matemática durante o ensino remoto para alunos com
Transtorno do Aspecto Autista é um desafio. "A síndrome compromete a
socialização que é necessária para o processo ensino aprendizagem e, durante a
Pandemia do Covid-19, as dificuldades de aprendizagem devido ao isolamento
tornaram-se rotina, pois novas metodologias foram incorporadas ao Currículo
Escolar e com o trabalho, Pedro teve um melhor resultado", afirma a
orientadora.
De acordo com o artigo, as metodologias ativas foram incorporadas aos processos interativos de conhecimento, análise, estudos, pesquisas e decisões individuais ou coletivas, com a finalidade de encontrar soluções para um problema.
Com isso, o processo educacional foi de fundamental
importância para auxiliar o processo do ensino da matemática. A partir daí, o
professor Jackson Macêdo lançou o desafio em sala de aula para que utilizasse
em seu conteúdo de Geometria uma metodologia ativa de aprendizagem e
apresentasse em uma sala de aula virtual. Posteriormente teve a participação da
Professora Orientadora da Sala de Recursos Multifuncionais e Informática,
Sidiane Alves Cardoso, que adaptou os recursos tecnológicos como aplicativos
andróid, tendo em vista que na escola há oferta dessa sala com ferramentas
adaptadas para alunos autistas. O trabalho foi apresentado como uma gameficação
utilizando animação, avatar e personagens digitais com vozes específicas,
movimento corporal, dando vida aos desenhos feitos inicialmente em croquis a
lápis e papel. O vídeo do estudante foi apresentado em uma aula remota e como
ficou muito bom, a professora de robótica sugeriu que o mesmo fosse inscrito na
FEBRACE, de onde conseguiu ser finalista.
FEBRACE
Feira Brasileira de Ciências e Engenharia é um movimento
nacional de estímulo ao jovem cientista, que todo ano realiza na Universidade
de São Paulo uma grande mostra de projetos.
A FEBRACE assume um importante papel social incentivando a
criatividade e a reflexão em estudantes da educação básica, através do
desenvolvimento de projetos com fundamento científico, nas diferentes áreas das
ciências e engenharia.
Desenvolvemos o ano todo ações de incentivo à cultura
investigativa, de inovação e empreendedorismo em nosso país.