Para dar concretude ao Plano de Ação Pedagógica,
desenvolvido pela Secretaria de Estado da Educação (Seduc) com o propósito de
reorganizar as atividades escolares durante a suspensão das atividades
presenciais, em face das medidas de isolamento previstas pelas autoridades
sanitárias na prevenção à COVID - 19, as escolas da rede estão pondo em prática
diversas estratégias, como a impressão e envio de atividades para alunos que não
têm acesso à internet. A carga horária correspondente aos dias letivos será
executada por meio de atividades não presenciais, domiciliares, utilizando
estratégias de ensino e acompanhamento da aprendizagem de forma remota, por
meio de orientações dos professores e dos gestores escolares.
Em São Julião, município que fica 385 Km ao sul de
Teresina, a supervisora de ensino, Lucinete Pereira, reuniu-se na manhã desta segunda-feira (13),
com coordenadores pedagógicos e diretores das escolas locais, com o objetivo de
planejar as novas estratégias e diretrizes da Seduc durante o regime especial
de aulas.
"Desde o final de março, nossa equipe, composta pelo
núcleo gestor e os professores, vem desenvolvendo atividades à distância com os
estudantes, seguindo a própria Orientação Técnica GEIEF/UNEA/SUEB 002/2020.
Nesse período, pudemos verificar as principais dificuldades dos alunos, bem
como realizar um levantamento de quem tem acesso à tecnologias como a internet.
Essa primeira experiência está sendo muito útil na implementação da nova
sistemática adotada pela Secretaria da Educação. Aqui em nosso município nenhum
estudante ficará sem acesso aos conteúdos e atividades", relata a supervisora.
O ensino remoto proposto trata-se da experiência de
ensinar a distância, com o suporte de tecnologias ou não, tanto para
disponibilização de conteúdo quanto para acompanhamento dos estudantes em suas
atividades propostas. Por esta razão, há a necessidade de acompanhamento e
registro por parte dos professores e gestores.
Um material específico deve ser preparado para cada etapa
e modalidade de ensino, com facilidades de execução e compartilhamento, como
videoaulas, conteúdos organizados em plataformas virtuais de ensino e
aprendizagem, redes sociais e correio eletrônico e por fim o material impresso
para os que não têm acesso a essas tecnologias. Cada escola terá a liberdade de
preparar da melhor forma o seu plano.
Lídia Carvalho, coordenadora pedagógica da Unidade
Escolar Aprígio Pereira Bezerra, revela que os professores já vêm desenvolvendo
atividades com os alunos por meio de grupos de Whatsapp e que agora utilizarão
outros recursos tecnológicos.
"Já estamos realizando o planejamento pedagógico por meio
de videoconferência, orientando para essa nova fase, onde as aulas deverão ser
registradas. Os alunos já vêm desenvolvendo atividades com apoio dos
professores e o material impresso será entregue ainda esta semana para aqueles
que não possuem acesso à internet, a partir de um levantamento que já
realizamos, pois a maioria dos estudantes do Ensino Fundamental não têm esse
acesso", pontua a coordenadora.
Edna Sousa, professora de Literatura da mesma escola confirma já estar trabalhando remotamente com seus alunos que estão no Ensino Médio, para que os mesmos continuem o aprendizado. "Já desenvolvemos atividades sobre as escolas literárias Romantismo e Pré-Modernismo, com questões objetivas e subjetivas, além de ter proposto a eles cinco temas de redação. A interação está sendo satisfatória, pois eles entendem o momento que vivemos e estão se comprometendo", observa.
A Seduc também chama a atenção para a importância
dos pais ficarem atentos e acompanhar as atividades dos seus filhos, pois as
escolas funcionarão com essa metodologia enquanto durarem as restrições
sanitárias e os estudantes serão avaliados com nota e frequência.
Já o jovem Rodrigo Araújo Melo, aluno do Ensino Médio da Unidade
Escolar Deromi Soares, zona rural de Buriti dos Montes, já está assistindo as
aulas do Canal Educação e ajudando a sua mãe que é do 1º ano do Ensino Médio
EJA. Rodrigo ainda se colocou disponível para ajudar o vizinho, que também é da
1° série da Educação de Jovens e Adultos.
"Somos alunos da mesma escola e em nossa casa temos
apenas dois aparelhos de celulares, um da minha mãe e outro do meu pai. Então eu
e ela resolvemos estudar juntos e compartilhar o conhecimento, quando ela
encontra alguma dificuldade eu auxilio ela e assim está sendo muito bom estudar
juntos", confessa Rodrigo.