O Piauí irá receber cerca de R$ 1,5 bilhão referente ao
extinto Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de
Valorização do Magistério (Fundef). A decisão é da Sétima Turma do Tribunal
Regional Federal da 1ª Região, que determinou, nessa terça-feira (18), por
unanimidade, que fosse expedido precatório da parcela incontroversa alusiva às
perdas sofridas pelo Estado.
O valor devido fixado pela Justiça Federal era de R$ 2,1
bilhões, mas a decisão do STF foi de que a União irá pagar R$ 1,5 bilhão. Os desembargadores
deram provimento ao agravo de instrumento interposto pelo Estado do Piauí. No
recurso, a Procuradoria-geral do Estado (PGE) contestava a decisão de 1ª
instância da Justiça Federal, que havia sido indeferida momentaneamente a
expedição do precatório.
O compromisso do Governo do Piauí, seguindo decisão do STF,
é de aplicar o recurso na educação, como explica o superintendente de Gestão de
Projetos da Secretaria de Estado de Planejamento (Seplan), Nuno Bernardes. "Atualmente, os precatórios do Fundef tem o posicionamento do Tribunal de
Contas da União (TCU) e do Tribunal de Contas do Estado (TCE), então, o Estado
do Piauí, ao aplicar tais recursos, vai ter que obedecer os normativos dos dois
órgãos, a exemplo da necessidade de uma conta específica para o gerenciamento
dos recursos, da necessidade de que os recursos sejam gastos inteiramente com a
educação. A priori, o TCU não entende que é possível o pagamento de remuneração
de professores, ou seja, será investido em ações estruturantes para a educação
e o Estado", disse o superintendente.
De acordo com Bernardes, o Estado irá construir um plano de
aplicação do recurso, priorizando as necessidades da educação estadual. "Uma
vez que saiu a decisão, mérito da PGE, o Estado já está dando início à construção
do plano para serem levantadas as principais necessidades de investimento na
educação, junto com o secretário Ellen Gera, para que, a partir daí, o Estado
possa construir esse plano obedecendo os normativos do TCU e TCE", frisou Nuno.
Para o secretário de estado da educação, Ellen Gera, a
chegada desses recursos é de suma importância para a educação. "Essa é uma
grande oportunidade, pois abre possibilidades de investimentos para a educação
do estado. Sabemos dos trâmites a serem seguidos a liberação desse recurso,
porém tem uma equipe trabalhando para que o valor seja disponibilizado para o
ano de 2020. Temos várias áreas que serão beneficiadas a partir desse recurso,
como o ensino em Tempo Integral, Ensino Superior, Médio, Fundamental, Educação
de jovens e Adultos, dentre outras.
Faremos um plano de aplicação, tudo acompanhando por uma equipe
multisetorial do governo e órgão de controle", afirmou o secretário.