A Secretaria de Estado da Educação (Seduc) concebe a formação continuada de professores como uma política de Estado essencial para a profissionalização e a valorização da carreira docente e defende que toda formação de professores deve se integrar ao cotidiano da escola respeitando as experiências profissionais de todos os participantes. Com essa visão, a Seduc busca atender as necessidades das escolas estaduais piauienses levando formação continuada aos coordenadores pedagógicos que, por sua vez, contribuem com a formação dos professores, através do projeto "No Chão da Escola".
Dados
relevantes que indicam a eficácia do projeto. No ano de 2016, a Formação
aconteceu em mais de 500 escolas públicas estaduais e certificou em torno de 6
mil professores, que atuavam em regime de 40h. Em 2017, a formação foi ampliada
e todos os professores em efetivo exercício tiveram acesso à formação, contemplando
cerca de 8 mil.
Desde
sua implantação em 2016, o projeto tem sido uma das pautas prioritárias da Seduc.
Ele está fundamentado no princípio de que a escola, como espaço de formação
contínua, oferece condições ideais para discussão das práticas pedagógicas,
visando à melhoria da qualidade de ensino e, consequentemente, dos índices
educacionais apontados pelas avaliações externas.
A Coordenação
do Projeto "No Chão da Escola" revela que resultados de avaliações
externas, nos anos de 2015 e 2016, apontaram um déficit na qualidade de ensino
nas escolas públicas estaduais e a urgência em se implantar políticas de
melhoria do desempenho dos educandos.
"Os
resultados dessas avaliações evidenciaram a necessidade de um esforço do poder
público em concentrar estratégias didático-pedagógicas no processo de formação
dos profissionais da educação, que efetivamente proporcionassem, além da
melhoria da aprendizagem, a consolidação das competências e das habilidades a
serem alcançadas em cada etapa/ano da Educação Básica", destaca a coordenadora
Elenice Nery.
A secretária
da Educação, Rejane Dias, afirma que intenção é organizar a prática docente
para obter ganhos diários, por meio de metodologias claras, atitudes de
corporação, persistência do professor e expectativas dos alunos. "A evolução na
aprendizagem está levando o aluno do Piauí a alcançar novos patamares, mas isso
só está sendo possível com a adoção de novos modelos educacionais que assegurem
o domínio das linguagens, partindo das práticas vividas na escola e na
sociedade, proporcionado que a educação do Piauí seja a que mais avança no
Brasil", enfatiza.
Nova Base Nacional Comum
Curricular e desafios para 2018
A Seduc
adota uma estratégia de formação continuada, com um olhar voltado para a
interdisciplinaridade, com foco nas competências gerais da Base Nacional Comum
Curricular (BNCC), cuja aprovação recente para o Ensino Fundamental, requer da escola
uma mudança de postura em relação à aprendizagem dos educandos.
Elenice
Neri revela ainda que em 2017 a ênfase foi o trabalho interdisciplinar, com
foco na aprendizagem significativa dos educandos. "Para 2018 esse propósito é
reforçado com a meta de atender prioritariamente os objetivos do Pacto pela
Aprendizagem", diz.
O gerente
da 4ª Gerência Regional de Educação (GRE), Tarcísio Soares, observa que é
necessário compreender que a formação é uma ação positiva, pois assegura um
envolvimento de todos nas atividades da escola, por ser a oportunidade que muitos professores têm para falarem sobre suas
angústias e refletirem sobre suas práticas pedagógicas.
"Outro ponto positivo é a integração dos professores na busca pela solução
de problemas cotidianos, realização de planejamento integrado, autoavaliação
das atividades, elaboração e execução
dos projetos interdisciplinares, que visam à melhoria da aprendizagem",
completa o gerente.
Como se dá a formação
A
dinâmica das formações do projeto obedece a uma sistemática que envolve vários
atores, como o Centro de Formação Antonino Freire que forma os coordenadores de
ensino das 21 Gerências Regionais, e estes se tornam multiplicadores junto aos
coordenadores pedagógicos que, por sua vez, levam a formação para a escola de
atuação. Assim, a formação acontece em rede numa lógica interativa entre os
sujeitos envolvidos, ao tempo em que oportuniza a atuação de todos de maneira
dialógica.
Para
dinamizar ainda mais essa formação e possibilitar um maior alcance do projeto,
algumas temáticas serão discutidas em parceria com o Canal Educação, por meio
da mediação tecnológica; da mesma forma, o referido Canal será utilizado como
suporte para troca de experiências e socialização das atividades extras.
Ao
final do período da formação, cada escola participante deverá apresentar os
resultados das atividades realizadas ao longo ano letivo, no Seminário de
socialização. Para 2018 estão previstos seis encontros com os formadores
regionais. O primeiro ocorreu nos dias 27 e 28 de fevereiro e os demais ocorrerão
em março, abril, agosto e novembro. Os temas abordados envolvem o currículo e
avaliação, clima escolar, acesso e fluxo, democratização das relações
escolares.