Pensando assim, a Secretaria de Estado da Educação e Cultura (Seduc) dá continuidade a vários projetos, exemplo são as Centros de Tempo Integral. O programa teve início em junho de 2008 e atualmente o Estado conta com quarenta e duas escolas que adotam esta metodologia. Em Teresina, 17 centros já estão instalados e atendem estudantes de diversas zonas da cidade. Cerca de 14 mil alunos são beneficiados anualmente.
As escolas de tempo integral trabalham com ensino fundamental, médio e profissionalizante, atendendo crianças e jovens de todas as idades. O programa prevê carga horária de 45 horas semanais e nove horas diárias. Durante este período os alunos tem direito a uma hora destinada para almoço, além de dois lanches. O programa possui concepção pautada na perspectiva de que o horário expandido representa uma ampliação de oportunidades e situações que promovam aprendizagens significativas.
Os estudantes dos Centros recebem aulas durante os dois turnos. A rotina dos alunos começa logo cedo, às 7h20. Pela manhã, os alunos assistem aulas referentes às disciplinas de cada série. Durante a tarde, a programação é diversa, com aulas práticas, horário reservado para estudo e atividades complementares.
A carga horária disciplinar é distribuída entre as atividades curriculares e extracurriculares. O foco do aprendizado direciona o aluno e o seu desenvolvimento pleno. O "protagonismo juvenil", onde o jovem é autor da sua própria história, e a "pedagogia da presença" (na qual a escola, os alunos e professores interagem constantemente) são as duas vertentes adotadas pelo programa de tempo integral.
A secretária de Estado da Educação, Rejane Dias, garante que todos os Centros de Tempo Integral de Teresina estão em pleno funcionamento e que a meta em quatro anos é ampliar as escolas de tempo integral. "Todas as unidades estão em funcionamento, algumas que estavam com problemas já voltaram a ter aulas durante todo o dia. Fizemos uma reunião com todos os diretores dos Centros e garantimos o funcionamento das escolas. Os repasses já estão assegurados e tudo está normalizado", afirmou.
Alimentação de qualidade
As atividades nas escolas encerram às 16h30. Durante todo dia, os alunos recebem três refeições: lanche pela manhã, almoço e o lanche da tarde. De acordo com Ana Rejane, gerente de Gestão e Inspeção da Seduc, em todo o Piauí, 45 nutricionistas atuam na orientação à alimentação escolar. "Para cada escola é feito um cardápio diferenciado de acordo com a preferência dos alunos e com a idade. Conversamos com as cozinheiras para saber se o cardápio está sendo aceito, se os alunos estão gostando. Sempre damos prioridade a comidas regionais e que tenham uma boa carga nutricional", ressaltou.
Para garantir a qualidade da merenda, mensalmente as escolas recebem a visita dos profissionais que orientam e escolhem os cardápios.
Cemti Didácio Silva
O Cemti Didácio Silva é um exemplo de escola que tem feito a diferença. Com uma média de 450 alunos matriculados, a escola tem sido referência em termo de educação integral. De acordo com o diretor da escola, Alberto Machado, depois da implantação do regime de ensino integral, tanto os alunos quanto os professores, passaram a ter um novo comportamento em relação ao ensino.
Na escola, os alunos possuem um currículo de nove horários, sendo sete de aula regular e dois de estudo específico. Para Valéria Sousa, aluna da 2ª série do ensino médio, a escola é uma ponte para a realização de sonhos. "A escola mudou muito. Hoje podemos ter a chance de sonhar com um curso superior, podemos crescer. Aqui temos acompanhamento direto e somos orientados em todos os aspectos. Eu já estou decidida, quero ser uma fisioterapeuta e sei que vou conseguir", afirmou.
Apenas no ano passado, a escola teve 45 aprovações no vestibular um dos destaques foi o aluno Caio Vinicius que passou em 2º lugar, na modalidade ampla concorrência, para o curso de Ciência da Computação, da Universidade Estadual do Piauí (Uespi).