O Piauí está escrevendo uma nova página na história da educação escolar indígena. Nesta segunda-feira (12), durante o Seminário Estadual do Cadastro Único e Povos Indígenas, realizado em Teresina, o Secretário de Estado da Educação, Washington Bandeira, destacou os avanços concretos conquistados pela rede pública estadual para garantir uma Escola mais inclusiva, plural e conectada com as identidades dos povos originários.
O evento reuniu representantes do Governo Federal, Estadual e de Movimentos Indígenas para debater políticas públicas voltadas às populações indígenas. A Seduc participou ativamente das discussões, especialmente na mesa temática “Programas e Ações Federais e Estaduais para os Povos Indígenas do Piauí”.
“Estamos promovendo mudanças
estruturais na Educação Indígena no Piauí. Construímos a primeira escola
estadual indígena em Teresina — de tempo integral e com cursos técnicos — e até
o próximo ano entregaremos novas unidades em Lagoa de São Francisco e Piripiri.
Avançamos muito, mas sabemos que ainda há muito a fazer”, afirmou o Secretário
Washington Bandeira.
Educação com identidade: o exemplo da Oka Ka Inaminanoko
Um dos marcos dessa nova política é o CETI Oka Ka Inaminanoko, no bairro Bela Vista, zona Sul de Teresina. A escola, inaugurada em 2023, é a primeira do Brasil com um projeto pedagógico voltado exclusivamente para estudantes indígenas de diversas etnias, como Warao e Guajajara, em Tempo Integral integrada à Educação Profissional, Técnica e Tecnológica.
Na Oka Ka Inaminanoko , tradição e inovação caminham juntas. Os mais de 50 alunos têm acesso a disciplinas como Inteligência Artificial, Empreendedorismo, Educação Financeira e aprendem cinco línguas: Warao, Tupi Guarani, Português, Inglês e Espanhol. A proposta pedagógica respeita os saberes ancestrais e abre caminhos para que esses jovens possam também se preparar para o mundo do trabalho — sem deixar sua identidade para trás.
Além das disciplinas regulares, a escola incentiva o artesanato indígena, transformando talento cultural em possibilidade de geração de renda.
Ninguém fica de fora: Alfabetização e EJA para comunidades indígenas
A política da Seduc vai além da
Educação Básica e contempla também jovens e adultos que, por diferentes
motivos, não concluíram seus estudos. Com ações de Alfabetização e Educação de
Jovens e Adultos (EJA), o Governo do Piauí está levando oportunidades a
comunidades indígenas de diferentes regiões do estado.
Já são atendidas populações Tabajara Ypi e Tabajara Alongá, em Piripiri; Acroá Gamela, em Uruçuí; e indígenas da etnia Warao, refugiados venezuelanos que vivem em Teresina. “Criamos uma diretoria específica de Educação Escolar Indígena, com representação dos próprios povos, aprovamos um currículo diferenciado para essas escolas no Conselho Estadual de Educação e estruturamos uma nova categoria para os professores indígenas. Tudo isso em diálogo direto com as comunidades tradicionais do nosso estado”, destacou o Secretário Washington Bandeira.
Educação como ponte entre passado, presente e futuro
Atualmente, mais de 350 estudantes indígenas estão matriculados na rede estadual. As etnias mais representadas são Guajajara, Kariri, Tabajara e Warao. O trabalho desenvolvido pela Seduc no campo da Educação Indígena reforça o compromisso com uma escola que acolhe, representa e respeita — e que entende que, para ensinar com qualidade, é preciso ouvir, incluir e valorizar a diversidade.
O Seminário, realizado pela
Secretaria de Estado da Assistência Social, Trabalho e Direitos Humanos (SASC),
é parte fundamental desse processo de escuta, articulação e fortalecimento de
políticas públicas pensadas para quem mais precisa.